25 de janeiro de 2011

antónio barreto

façam o favor de ler o artigo "nó cego" de antónio barreto no jornal público. alguns extractos...

“…o que se segue a esta eleição de calendário não é previsível. grande remodelação? coligação tardia? demissão do governo? dissolução do parlamento? iniciativa presidencial? novas eleições? novos pacotes de austeridade? chegada do f.m.i. e do fundo europeu? nova intervenção política da alemanha e da união europeia? tudo pode acontecer…”

“…tudo o que podia ter sido feito há anos (coligação de governo, aliança parlamentar, plano nacional, programa de emergência, recurso financeiro internacional, etc.) foi adiado de modo incompreensível, por causa da incompetência, da ignorância, da covardia e da cupidez dos agentes políticos...”

“…há três ou quatro décadas que a história do nosso país é uma frustre sucessão de adiamentos…”

“…justiça deficiente e corrupção alimentam-se reciprocamente e combinam à perfeição com um sistema de partidos e de governo que as tornou indispensáveis à sua manutenção. a administração pública submeteu-se ainda mais à voracidade partidária…”

“…a corrupção, em Portugal, não é apenas o pagamento ilegal feito para obter vantagens públicas. É um sistema, frequentemente legal, de cruzamento de interesses e favores, de benefícios e vantagens, ao qual ninguém, nos superiores órgãos de poder político, parece querer realmente colocar um travão…”

“…acontece que a justiça se transformou também em parte integrante deste sistema. a sua ineficácia ainda é o menor dos males. bem pior, na verdade, são os protagonistas e os principais activistas do sistema judiciário (conselhos superiores e sindicatos) que pretendem agora, explicitamente, uma maior fatia dos proventos económicos e do poder político…”

“…enquanto houve crescimento económico, rendimentos e crédito externo, o governo e os seus partidos alimentaram a democracia com aquela distribuição, compatibilizando assim as mais absurdas, socialistas e sectárias políticas sociais de saúde, educação e segurança social, com as mais predadoras e vorazes iniciativas capitalistas...”

“…pela primeira vez, em trinta anos, a democracia portuguesa está em perigo, porque perdeu os seus instrumentos favoritos. a nossa democracia ligou-se perigosamente aos favores concedidos e à demagogia providencial...”

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